CEFA

Centro de Estudos em Filosofia Americana

Utilização da metodologia do Pragmatismo e da Filosofia Americana:
O método das narrativas é uma criação do filósofo Paulo Ghiraldelli, inspirado nos escritos de Richard Rorty e Donald Davidson e ampliado a partir da escrita de Peter Sloterdijk e outros filósofos.
Ler textos para produzir outros, em um trabalho não limitado, é também ampliar as perspectivas pelas quais o recorte fenomênico pode ser interpretado. O procedimento indica multilateralidade no olhar e polifonia do dizer. Trata-se de um perspectivismo múltiplo. Trata-se de uma referencialidade de texto a texto.
Esse procedimento não é relativista, mas perspectivista, e guiado por uma clara posição axiológica, dada em forma política. Portanto, junto do perspectivismo epistemológico, trata-se aqui de adoção de uma nítida posição política.
Essa posição se faz presente através da ideia de que a filosofia, ao abordar criticamente a cultura, tem um papel de educação politizadora, de ampliação da consciência. A pedagogia aqui, que implica essa politização, é a aquisição da consciência da dor. Nós humanos só sentimos de modo a levar esse sentimento a um limiar útil, quando temos a consciência da dor. A visão unilateral é insuficiente aqui. Só a visão perspectivista nos dá mais chances da consciência da dor.
A consciência da dor nos impulsiona a criar os mecanismos, comportamentos, linguagens e urbanizações que nos fazem construir um mundo em que a dor diminua, “onde os fortes não possam humilhar os fracos” (Rorty).
Nesse aspecto, a visão axiológica nos leva a uma posição crítica diante da sociedade. Uma visão que implica na crítica ao capitalismo, o que nos remete aos escritos de Marx, da Escola de Frankfurt, mas também de uma plêiade de filósofos contemporâneos americanos e não americanos. Entram aqui Cornell West, Judith Butler, Nietzsche, Heidegger, Foucault, Agamben, Sloterdijk, Byung-Chul Han, Gilles Lipovetsky, Deleuze & Guattary, Toni Negri, Hannah Arendt, Christopher Lasch, Kurz, David Harvey, Gorz etc. É claro que nada disso elimina os clássicos: Platão continua sendo o texto máximo de esteio e, como já se disse milhares de vezes, é a sua obra, com o seu personagem Sócrates, o lugar em que pode ser abrigada toda a história da filosofia em forma de nota de pé de página.
Textos básicos para a compreensão metodológica do pragmatismo e da filosofia americana no trabalho de crítica cultural:
1. Nietzsche, Sócrates e o pragmatismo
2. O pragmatismo, o que é isso? ( introdução do livro Para realizar a América)
3. O que há de real e de irreal com o realismo: Searle versus Rorty
4. Metáfora segundo Donald Davidson
5. Richard Rorty: Duas utopias
6. Paulo Ghiraldelli: O filósofo de Davidson: fundacionismo, relativismo e perspectivismo

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